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6 de janeiro de 2017

"Diamantes de Sangue - Corrupção e Tortura em Angola


"Diamantes de Sangue - Corrupção e Tortura em Angola"
autor: Rafael Marques
Edições Tinta da China
240 páginas
6ª edição, Fevereiro de 2013
ISBN 978-989-671-085-9


Rafael Marques de Morais (Luanda, 31 de Agosto de 1971) é jornalista de investigação e activista dos direitos humanos. 

Tornou-se conhecido internacionalmente por este livro/relatório, nascido da “necessidade de dar corpo consistente a um trabalho de investigação sobre a indústria angolana dos diamantes, que decorreu entre 2009 e 2011.”

“O trabalho de campo consistiu em quatro visitas a diversas zonas de garimpo nos municípios do Cuango (principal região de garimpo em Angola) e de Xá-Muteba, durante as quais” foram realizadas centenas de entrevistas e onde o autor tomou “contacto com a realidade local e as condições de vida e de trabalho aí prevalecentes.”

Rafael Marques refere que “as populações desta região encontram-se sujeitas a um regime de corrupção e violência, de arbitrariedade e impunidade, o qual não deixa dúvidas quanto à adequação do conceito «diamantes de sangue». Quando se negoceia com a indústria diamantífera angolana, negoceiam-se, de facto. Diamantes de sangue”.

“Efectivamente, e apesar de toda a legislação e de todo o discurso oficial em contrário, na prática, as comunidades locais são torturadas e assassinadas, e não dispõem do mais ínfimo acesso a mecanismos legais de justiça. Para além disso, têm sido sistemática e intencionalmente impedidas de desenvolver actividades de sustento que não o garimpo. As terras são-lhes expropriadas, as colheitas destruídas, as únicas vias rodoviárias circuláveis (do Cuango a Cafunfo e à comuna do Luremo) foram privatizadas e o seu acesso é interdito às populações. Para sobreviver, ficam portanto inteiramente dependentes da actividade do garimpo, e como tal absolutamente vulneráveis aos abusos de poder por parte das forças armadas e de segurança privada, que agem com a total conivência quer das empresas diamantíferas quer das autoridades locais e do governo angolano”. 1

Rafael Marques foi, por duas vezes, processado judicialmente em resultado da sua  actividade jornalística.

A  primeira acção foi-lhe movida em 2000, por José Eduardo dos Santos, após a publicação do artigo “O baton da ditadura”, onde Rafael Marques responsabiliza o presidente da república de Angola pelo "descalabro das instituições do Estado", acusando-o de promover a incompetência, o peculato e a corrupção "como valores sociais e políticos." Por essas acusações, foi condenado a seis meses de prisão. Na cadeia, por ter sido impedido pelas autoridades de se encontrar com a sua advogada e com a sua família, o jornalista recusou alimentar-se durante vários dias em protesto. Foi colocado em liberdade sob fiança, mas a polícia impediu-o de sair do país e de falar com outros jornalistas.

Anos depois, foi processado pela segunda vez, desta feita em Portugal, por difamação, em acção conjunta movida pela Sociedade Mineira do Cuango Lda. (empresa que explora diamantes na bacia do rio Cuango, na Lunda Norte) e pela Teleservice (empresa de segurança privada). Em causa as denúncias contidas neste livro. O processo foi arquivado em 2013, por falta de provas.

Rafael Marques é autor de um website anticorrupção, o Maka Angola.


1. do Preâmbulo.


Descarregue o livro aqui >>>

ou no sítio da Tinta da China


Diamantes de Sangue em Angola
entrevista de Rafael Marques
SIC Notícias


"Portugal tornou-se uma lavandaria para o produto de saque em Angola e grande parte dos investimentos que aqui são feitos não têm retorno em Angola. Não se vê, por exemplo, quais são os benefícios em Angola, dos investimentos feitos pela Sonangol aqui em Portugal e por outro lado também, o que é mais grave, não se pergunta qual é a origem desses investimentos. Eu, no ano passado, denunciei, aqui em Portugal, um caso em que um tenente-coronel da Presidência, afecto à Guarda Presidencial, pagou 375 milhões de dólares ao Banco Espírito Santo para a compra de 25% das acções da sucursal do banco em Angola. Eu continuo a dizer que isto é uma questão de lavagem de dinheiro porque, onde é que este tenente-coronel encontrou tanto dinheiro?"

DIAMANTES DE SANGUE 
documentário Canal História
https://www.youtube.com/watch?v=WsZROi0UpWs&t=192s




Nos anos 90, os pequenos povoados do Oeste africano, Angola e Serra Leoa, transformaram-se em lugares de tortura, morte e guerras civis. O ponto que detonou tal incidente foi o tráfico ilícito de pedras preciosas, que adornam milhões de pessoas ao redor do mundo. A troca destes tesouros por armas gerou uma das guerras mais sangrentas na história da humanidade, uma situação onde os direitos humanos foram completamente tolhidos, e por esta razão estas preciosidades tornaram-se conhecidas como "Diamantes de Sangue".
(You Tube)


DIAMANTE DE SANGUE
filme
https://www.youtube.com/watch?v=eMC6qlfuEy0&t=144s



realização: Edward Zwick
produção: Marshall Herskovitz,Graham King,Paula Weinstein,Edward Zwick
argumento: Charles Leavitt
elenco: Leonardo DiCaprio,Jennifer Connelly,Djimon Hounsou,Michael Sheen,A.Vosloo
fotografia: Eduardo Serra
montagem: Steven Rosenblum
produtora: The Bedford Falls Virtual Studios Initial Entert. Group
distribuição: Warner Bros.
lançamento: EUA 8 de Dezembro de 2006

Os "diamantes de sangue" são extraídos em zonas africanas de guerra e vendidos para financiamento de conflitos gerando, assim, fortunas para os senhores da guerra e empresas de diamantes em todo o mundo.

O ambiente é a Guerra Civil da Serra Leoa, entre 1996 e 2001. É o retrato de um país dilacerado pela luta entre partidários do governo e forças rebeldes.

Foca também muitas das atrocidades dessa guerra, incluindo amputação pelos rebeldes, de mãos de populares para desencorajá-los a votar nas eleições seguintes.

O final do filme apresenta a conferência histórica que ocorreu em Kimberley, na África do Sul, no ano 2000, que levou ao desenvolvimento do Esquema de Certificação do Processo de Kimberley (SCPK ou simplesmente PK), um sistema internacional de certificação de origem dos diamantes brutos, que visa evitar que o contrabando de diamantes possa financiar conflitos armados.



última actualização: 08.01.2017


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